MILAGRES

“Sou um milagre”, diz enfermeira que sobreviveu a acidente

Além do risco de morte pela gravidade, ela também fraturou vértebra da coluna e poderia ficar paraplégica

11/12/2018

Segunda-feira, quatro horas da tarde. Chega ao fim mais um expediente da enfermeira Jéssica Aparecida Lopes de Souza Cavalcante, 34 anos. A chave do carro gira a ignição e começa a viagem de volta para casa. São cerca de 30 km para percorrer de Barra Mansa até a pacata Porto Real, no Rio de Janeiro. Antes de pegar a estrada, ela passa na creche para buscar o pequeno Davi Lucas, de 2 anos. Ao longo do trajeto, um acidente quebra a rotina e muda para sempre sua vida.

“Não lembro de nada. Não sei dizer se desmaiei ou perdi o controle. O fato é que bati num carro que estava à minha frente, fui projetada para a contramão e acabei atingindo mais um veículo no sentido contrário. Meu filho voou da cadeirinha para o banco do carona na frente e nosso carro pegou fogo”.

Desacordada, no meio da Estrada da Guardiã, sem o auxílio de amigos ou parentes, Jéssica e seu bebê se veem completamente dependentes do cuidado de Deus. O socorro chega para começar o atendimento e, rapidamente, são direcionados ao hospital. Os amigos de trabalho a reconhecem e agilizam os procedimentos. “Havia um cordão com mais de 10 médicos me esperando. Quebrei dois ossos da perna direita, precisaram colocar 3 placas e 12 parafusos, também quebrei uma vértebra – a segunda da coluna - e ainda operaram minha cabeça”. Foram seis dias em coma induzido e 31 internada no hospital. A equipe responsável por seu caso, informava frequentemente a família sobre o risco dela nunca mais andar. “Orei muito para não ficar paraplégica e hoje estou aqui. Milagre existe. Sou um milagre”, testemunhou na Cidade Mundial dos Sonhos de Deus Santo Amaro, em São Paulo, ao lado da mãe, a aposentada Maria José Lopes de Souza, 74 anos. Por Jéssica ser filha única, o acidente deixou Maria aflita. “Quase morri com o susto. Foi muito difícil, mas não desisti. Todos os dias ungia o corpo dela com óleo no hospital e enchia a cama com as toalhinhas sempre confiante que sairia andando do hospital”, falou a aposentada.