PALAVRAS

Não viva de engano

Ao tentar enganar, Jacó retardou sua bênção.

18/05/2017

Por: Bispo Jorge Pinheiro

Matéria de: Victor Correa

Em Gênesis 27: 1, Isaque estava bem idoso, não enxergava muito bem e tinha dois filhos, Esaú, o mais velho, e Jacó. Ele chamou Esaú e pediu uma refeição para comer e abençoar o filho diante do Senhor Deus, porque sentia que ia morrer. Rebeca, esposa de Jacó, ouviu sobre a caça que o filho foi buscar e contou para Jacó o mais novo o que ela ouviu e pediu que Jacó buscasse dois bons cabritos, que ela faria a comida, para que ele levasse e fosse abençoado antes que o pai morresse. Rebeca era mais achegada a Jacó, enquanto o pai era mais chegado a Esaú. Ela instruiu Jacó a tomar o lugar do irmão e receber a bênção de Deus. Jacó concordou com a história, mas foi espero em lembrar que Esaú era peludo e ele era liso. Ele teve medo de cair a maldição sobre ele, mas Rebeca disse que a maldição caísse sobre ela, que ele fizesse o que ela pedia. O ardil dos dois. A mãe, querendo beneficiar o filho mais novo, tramou enganar o pai Isaque, idoso e que não enxergava mais tão bem. Ela cobriu as mãos e o pescoço de Jacó com as peles de cabrito, para que o pai confundisse os dois, que eram gêmeos. Isaque era homem de Deus, abençoado por Deus e o que ele abençoava, frutificava. Rebeca, sabendo disso, queria que a bênção ficasse a Jacó, porque Esaú irritava Jacó e Rebeca. Esaú trazia muitos desgostos ao pai e a mãe, não era nenhum santo, foi instruído a não casar com estrangeiros e, para não ser tão ruim, casou logo com duas, que se tornaram amargura de espírito para Isaque e Rebeca. Ele procedia mal, embora isso não justifique o que ela fazia, mas explica, pois Jacó era pacato, obediente, ajudava, estava em casa, era um bom filho. Esaú era briguento, caçador, desobediente, desagradava e entristecia seus pais. Jacó mentiu ao pai que era o irmão e entregou a comida e o pão e mentiu que caçou e que preparou. O pai, Isaque estranhou a velocidade com que o filho caçou e Jacó disse que Deus é quem abençoou para achar a caça. Isaque não era bobo, desconfiou e pediu para apalpar Esaú e tirar a prova. Como ele não enxergava bem, apalpou Jacó e reconheceu que a voz era de Jacó, mas que a mão era de Esaú, pelo ardil com os pelos de cabrito. Isaque ainda perguntou mais uma vez se era mesmo Esaú e recebeu a mentira que era Jacó. Ele desconfiou, mas abençoou ao filho. O pai comeu, bebeu e, ainda não convencido, pediu ao filho um beijo. Jacó corria o risco de ser descoberto e seria envergonhado diante do pai. Pelo abraço no filho, para beijar, Isaque cheirou a Jacó, mas este vestia a roupa de Esaú e ele reconheceu o cheiro do campo do filho mais velho.

Diante das provas, Isaque abençoou fortemente a Jacó. Abençoou com fartura, com a servidão e o respeito dos irmãos. Assim que Jacó saiu da presença do pai, chega Esaú da caçada. Quase pega o irmão roubando a bênção dele. A pessoa que comete erros vive em risco de ser descoberta. Quem vive fazendo coisa errada vive preocupado, aflito e com medo de ser desmascarado a qualquer momento. E cedo ou tarde, tudo é revelado.

Mentir ao pai foi custoso a Jacó, foi enganado mais à frente, sofreu, teve de fugir do irmão, trabalhar para o tio dele, Labão, que várias vezes mudou o salário dele, o enganou sobre a filha prometida em casamento. Jacó trabalhou sete anos para conquistar Raquel, embebedou Jacó e deu-lhe Lia por esposa. Jacó colheu muito do que plantou. Jacó precisou trabalhar catorze anos para ter a mulher que queria, porque enganou o pai e o irmão. Não comemore porque enganou alguém, porque quem vive no engano é enganado. Esaú preparou a caça como comida e levou ao pai e o pai ficou muito bravo. A bíblia diz que, por muito tempo, Jacó foi sinônimo de enganador e ele não se deu bem, foi tão enganado quanto enganou e trabalhou catorze anos de graça. Ele retardou a bênção dele, por causa do engano que cometeu. Não atrase sua bênção, não engane ninguém, não passe a perna nos outros, não minta. Ainda que aparentemente você se deu bem, lá na frente, você vai pagar. Essa história não terminou bem. Esaú passou a odiar a Jacó e depois da morte do pai, desejou matar o próprio irmão. Rebeca sofreu também, pois ia perder os filhos e precisou esconder o filho mais amado, manda-lo para fugir, por muitos anos. Esaú nunca esqueceu, nem se acalmou. Jacó ficou fora vinte anos e só depois é que ele pôde voltar para a casa dele. Não cometa enganos, falcatruas, não passe a perna nos outros, porque se você fizer o mal, colherá o mal. Deus não queria que Jacó passasse por aquilo tudo, ser enganado e explorado, trabalhar duro e ter dificuldades para casar. Só depois de muitos anos o irmão dele o perdoou. Se queremos ter as bênçãos de Deus na nossa vida, temos de proceder corretamente, fazer o que é certo, porque é melhor demorar com Deus do que ser rápido e ficar nas mãos de Satanás. Ao invés de ter a bênção depressa, Jacó retardou a vitória e sofreu.